Quando
você for defrontado por alguém violento, que o agrida verbalmente ou o ameace
fisicamente, recorde-se de que ele é muito infeliz.
Todo aquele que não
recebeu amor na infância ou foi vítima de insucessos emocionais, sempre perde o
endereço de si mesmo e se torna inimigo dos outros.
Conceda-lhe a graciosa
dádiva da bondade que não o torna mais desventurado. Não há quem resista a um
indisfarçável gesto de benevolência.
Surpreendido pela astúcia dos
perversos, sempre hábeis na arte de infligir sofrimentos aos outros, tenha em
mente que eles são também impiedosos para consigo mesmos.
A sua desorientação
provém de experiências amargas, nas quais sofreram crueldades e
abandono.
Proporcione-lhes o ensejo de despertar, dando-lhes
compreensão.
Ninguém recusa amor, mesmo que, aparentemente reaja com
aspereza, o que é falta de hábito em recebê-lo.
No pandemônio da revolta
que grassa violenta em toda parte, anunciando desastres morais e conjunturas
físicas dolorosas, reserve-se o direito de permanecer em paz.
O aturdimento
que procede de alguns poucos, facilmente contamina o grupo social que se
perturba. O agitador, é alguém que se sentiu desrespeitado nos seus direitos de
criança e, na ocasião, não soube administrar a ira nem a frustração, agora
tornadas bandeiras de comportamento doentio.
Seja amistoso para com ele,
apresentando-lhe o outro lado da existência humana. O ser carente vive armado
contra tudo e todos, até o momento em que se sente rociado pela presença da
brandura.
No crepitar das labaredas das acusações e calúnias contra
alguém, gerando situações asfixiantes e más, continue portador de generosidade
para com a vítima.
Quem delinqüe, perde-se no labirinto de terríveis
alucinações morais.
Não fustigue mais o desditoso, antes aplique temperança
para com ele. O solo que arde, não pode receber mais calor, e sim, água
refrescante que lhe diminua e aplaque a temperatura elevada.
Todos somos
sensíveis à compreensão de alguém para conosco.
Perseguido pela inveja ou
malsinado pela insensatez daquele que não gosta de você, resguarde-se na
compaixão para com ele.
A insegurança que o leva a afligi-lo é resultado da
família com a qual viveu e de quem somente recebeu lições de impiedade e
malquerença.
Ele gostaria, por certo, de ser como você, e, na impossibilidade
de que se dá conta, tenta amargurá-lo.
Ofereça-lhe o silêncio em resposta de
brandura, que o alcançará inexoravelmente, alterando-lhe a atitude interior.
Nada pode detê-la, e quem a recebe jamais prossegue como antes.
Na raiz
de muitos males, que afligem e desconcertam a criatura, o desamor de que foi
objeto, na atual ou em anterior reencarnação, é o responsável pelo seu
transtorno.
Naturalmente, quem lhe experimenta o aguilhão impiedoso deseja
libertar-se, defendendo-se e acusando, reagindo.
Não existe, porém, defesa
real quando se agride nem se conquista harmonia quando se entra em debates de
violência.
Nunca aceite as injunções do mal nem as arruaças dos desordeiros,
simplesmente deixando de conceder-lhes consideração.
Você cresce na vertical
do amor, tendo por dever levantar caídos e nunca torná-los mais vulneráveis ao
mal que neles reside.
Viva com brandura e esparza-a, tornando o mundo melhor
e as criaturas menos desesperadas.
Somente quem ama e se reveste de bondade
pode resistir aos conflitos e desafios perturbadores da sociedade agressiva que
prefere ignorar o Bem.
(
Divaldo P. Franco por Marco Prisco. In: Luzes do alvorecer)