“O que pensas ao ver um irmão caído na calçada em consequência dos efeitos do álcool ou de qualquer outra droga? De que forma vês o teu irmão que se dedica à apropriação do que não é dele? O que dizes a respeito dos moradores de rua?
Infelizmente, muitas respostas não refletem a compreensão e a tolerância que tanto Jesus nos aconselhou, demonstrando, sim, discriminação e dureza daqueles que se deixam levar pela escandalização por aquilo que veem. Além disso, a escandalização impede todo e qualquer trabalho no bem ou, caso tais trabalhos se realizem, surtem resultados desastrosos.
Como podemos salvar um jovem da influência das drogas se, ao invés de levar carinho e auxílio, levamos críticas e sermões?
Como podemos trabalhar em projetos de auxílio às mães adolescentes se, ao invés de oferecermos compreensão, oferecemos adjetivações negativas como: irresponsável, maluca ou descuidada?
Como podemos levar educação profissional a um irmão encarcerado enquanto acreditamos que esse irmão deve apodrecer na cadeia?
Como podemos atuar como um facilitador de um grupo de resgate do alcoolismo se, no nosso íntimo, achamos que o alcoólatra é um fraco miserável?
Como podemos levar pão e agasalho aos os irmãos sem teto enquanto acreditarmos que se tratam de irmãos que preferem a dedicação ao ócio e, não, ao trabalho?
Enquanto a imagem do mal for mais merecedora da nossa atenção do que a vontade de auxiliar o próximo, a má vontade em ajudar será constante em nossos corações ou, caso consigamos vencer essa má vontade e partirmos para o trabalho do bem, iremos com a certeza de que o remédio contra os males são as pedras da crítica, da dureza e da falta de compreensão.
Assim sendo, é necessário combatermos em nós mesmos a capacidade de nos escandalizarmos para, depois, partirmos para o trabalho edificante de amor e caridade.
Nosso Mestre Amado Jesus Cristo não teve, sequer, leve crítica contra todos os que o procuraram clamando por auxílio. Fez cegos enxergarem e paralíticos andarem, mesmo sabendo que tais limitações físicas nada mais eram que a aplicação da Lei de Ação e Reação aos seus atos do passado. Isso era possível graças ao amor ao próximo que era infinitamente superior à capacidade de se escandalizar que, aliás, em Jesus, era nula.
Enquanto os nossos corações forem impermeáveis à compreensão, escandalizar-se será um hábito que nos desqualifica aos trabalhos do bem e nos impede de entender e praticar, em sua verdadeira dimensão, o maior mandamento do Nosso Pai Celestial: amar ao próximo como a si mesmo.
Que Jesus abençoe a todos nós.”
