“Apesar de todos os esclarecimentos do Evangelho, os discípulos encontram
dificuldade para equilibrarem, convenientemente, a bússola do coração.
Recorre-se à fé, na sede de paz espiritual, no anseio de luz, na pesquisa da solução
aos problemas graves do destino. Todavia, antes de tudo, o aprendiz costuma procurar a
realização dos próprios caprichos; o predomínio das opiniões que lhe são peculiares; a
subordinação de outrem aos seus pontos de vista; a submissão dos demais à força direta
ou indireta de que é portador; a consideração alheia ao seu modo de ser; a imposição de
sua autoridade personalíssima; os caminhos mais agradáveis; as comodidades fáceis do
dia que passa; as respostas favoráveis aos seus intentos e a plena satisfação própria no
imediatismo vulgar.
Raros aceitam as condições do discipulado.
Em geral, recusam o título de seguidores do Mestre.
Querem ser favoritos de Deus.
Conhecemos, no entanto, a natureza humana, da qual ainda somos participes, não
obstante a posição de espíritos desencarnados. E sabemos que a vida burilará todas as
criaturas nas águas lustrais da experiência.
Lutaremos, sofreremos e aprenderemos, nas variadas esferas de luta evolutiva e
redentora.
Considerando, porém, a extensão das bênçãos que nos felicitam a estrada,
acreditamos seria útil à nossa felicidade e equilíbrio permanentes ouvir, com atenção, as
palavras do Senhor: "Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça."