A maioria dos homens não percebe ainda os valores infinitos do tempo.
Existem efetivamente os que abusam dessa concessão divina.
Julgam que a riqueza dos benefícios lhes é devida por Deus.
Seria justo, entretanto, interrogá-los quanto ao motivo de semelhante presunção.
Constituindo a Criação Universal patrimônio comum,
é razoável que todos gozem as possibilidades da vida;
contudo, de modo geral,
a criatura não medita na harmonia das circunstâncias que se ajustam na Terra,
em favor de seu aperfeiçoamento espiritual.
É lógico que todo homem conte com o tempo,
mas, se esse tempo estiver sem luz,
sem equilíbrio, sem saúde, sem trabalho?
Não obstante a oportunidade da indagação,
importa considerar que muito raros são aqueles que valorizam o dia,
multiplicando-se em toda parte as fileiras
dos que procuram aniquilá-lo de qualquer forma.
A velha expressão popular “matar o tempo”
reflete a inconsciência vulgar, nesse sentido.
Nos mais obscuros recantos da Terra, há criaturas exterminando possibilidades sagradas.
No entanto, um dia de paz, harmonia e iluminação,
é muito importante para o concurso humano, na execução das leis divinas.
Os interesses imediatistas do mundo clamam que o “tempo é dinheiro”,
para, em seguida, recomeçarem todas as obras incompletas na esteira das reencarnações...
Os homens, por isso mesmo, fazem e desfazem, constroem e destroem,
aprendem levianamente a recapitulam com dificuldade, na conquista da experiência.
Em quase todos os setores de evolução terrestre,
vemos o abuso da oportunidade complicando os caminhos da vida; entretanto,
desde muitos séculos, o apóstolo nos afirma que o tempo deve ser do Senhor.
(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel. In: Caminho, Verdade e Vida)