Se desejas a bênção da paz, simplifica a própria vida para que a tranquilidade te favoreça.
Muitos recorrem ao auxílio dos outros, esquecendo a necessidade do auxílio a si mesmos.
Encarceram-se no cipoal das preocupações sem proveito,
adquirindo compromissos que lhes prejudicam a senda e acabam suplicando o socorro da caridade,
quando, mais avisados, poderiam entesourar amplos recursos
para a assistência generosa aos mais desfavorecidos do mundo,
empregando o talento das horas nas mais ricas sementeiras de simpatia.
É que se extraviam nas ambições desregradas,
buscando para si próprios os mais duros grilhões de angústia
ou fixando aos ombros frágeis, cruzes e fardos difíceis de suportar.
Não se contentam em viver com segurança o dia que o Senhor lhes concede.
Preferem sofrer por antecipação as tempestades morais do amanhã remoto que,
talvez, jamais sobrevenham.
Não se conformam com o pão abençoado de hoje.
Reclamam celeiro farto para longos anos, à frente da luta que lhes é própria,
ignorando se a morte lhes espreita os passos na vizinhança.
Não se alegram com o agasalho valioso de agora.
Exigem guarda-roupa repleto e variado de que provavelmente não mais se utilizarão,
enquanto companheiros da marcha humana exibem a pele desnuda e fria.
Não se resignam a possuir o dinheiro prestimoso que lhes soluciona os problemas da hora em curso.
Suspiram pela caderneta de banco dominadora e invejável,
que lhes marque o nome com a melhor expressão financeira,
não obstante a penúria que magoa, implacável, o lar alheio.
Aprende a viver o minuto que Deus te empresta no corpo físico,
amealhando a luz do conhecimento nobre e fazendo aos outros o bem que possas.
Auxilia, perdoa, trabalha, ama e serve,
gastando sensatamente os recursos que o Céu te situou no caminho e nas mãos,
como quem sabe que a Contabilidade Divina a todos nos procura no grave instante do acerto justo.
E, simplificando as próprias experiências, reconhecer-te-ás mais leve e mais feliz,
habilitando-te, por fim, à libertação espiritual que, infalivelmente,
convocar-te-á hoje ou amanhã para o regresso à Vida Maior.
Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.